
Num cenário de transformação econômica e avanços tecnológicos, cresce o número de brasileiros que apostam no digital para empreender. Conheça os modelos em alta e como começar.
Dados do Sebrae e do Mapa de Empresas do governo federal mostram que, mesmo em períodos de instabilidade, os registros de microempreendedores seguem em alta — muitos deles atuando exclusivamente no ambiente online. A pandemia acelerou essa digitalização. Mas o que era uma saída emergencial tornou-se, para muitos, uma escolha permanente.
Entre as oportunidades que mais crescem estão o comércio eletrônico de nicho, os infoprodutos, a produção de conteúdo e o marketing de afiliados. Um exemplo desse último modelo, que tem ganhado força, é o trabalho como afiliado iGaming, em que o empreendedor promove plataformas de apostas regulamentadas e recebe comissões por indicação.
A seguir, descubra diversas possibilidades para quem deseja empreender no digital com baixo custo de entrada e grande potencial de escala.
E-commerce de nicho: vender para públicos específicos
O comércio eletrônico segue como uma das portas de entrada mais sólidas para quem deseja empreender com estrutura enxuta. O que tem chamado atenção, no entanto, é o crescimento de lojas voltadas a nichos específicos: cosméticos veganos, brinquedos educativos, itens para pets, vestuário com propósito, entre outros. A lógica é simples: ao conversar diretamente com um público segmentado, o empreendedor consegue se diferenciar da concorrência e fidelizar com mais facilidade.
Plataformas como Nuvemshop, Shopify e Mercado Livre facilitaram a criação de lojas virtuais com baixo custo. E soluções logísticas como os Correios e hubs de fulfillment reduzem as barreiras operacionais. É um modelo que exige atenção ao marketing digital, à gestão de estoque e à experiência do cliente — mas que, bem executado, permite crescimento progressivo e sustentável mesmo em mercados saturados.
Infoprodutos e cursos online
Outra frente que se fortalece é a de produtos digitais voltados à educação informal. Os chamados “infoprodutos” incluem e-books, videoaulas, cursos online e mentorias — geralmente produzidos por especialistas que desejam compartilhar conhecimento em larga escala. O modelo permite que um conteúdo criado uma vez gere receita recorrente ao longo do tempo, sem os custos operacionais de um produto físico.
O Brasil se tornou um dos maiores mercados mundiais da plataforma Hotmart, que lidera esse segmento ao lado de Eduzz e Monetizze. Em um país com demanda crescente por formação prática e ível, o modelo dos infoprodutos se mostrou viável tanto para quem ensina quanto para quem aprende. É uma alternativa atraente para profissionais autônomos que desejam monetizar saberes acumulados em suas áreas de atuação.
Marketing de conteúdo e redes sociais
Com o crescimento de plataformas como YouTube, TikTok e Instagram, a figura do criador de conteúdo se consolidou como uma das mais emblemáticas do novo mercado digital. Mas engana-se quem pensa que isso se limita a influenciadores de grande porte. Pequenos criadores com autoridade em nichos específicos — como finanças pessoais, esportes, maternidade ou gastronomia — têm conseguido transformar seguidores em receita.
A monetização pode vir de diversas formas: publicidade nativa, programas de afiliados, parcerias com marcas, clubes de s e plataformas como Catarse ou Apoia.se. O que define o sucesso é a consistência do conteúdo e a capacidade de gerar valor real para a audiência. Nesse contexto, o marketing de conteúdo se tornou um dos pilares do novo empreendedorismo — com baixa barreira de entrada e alto retorno quando bem trabalhado.
Afiliação em iGaming: um modelo de retorno escalável
Dentro do marketing de afiliados, uma das frentes que mais tem crescido é a do iGaming, setor que abrange plataformas digitais de apostas esportivas, cassinos online e fantasy games. O afiliado iGaming atua promovendo essas plataformas e recebe comissões por cada usuário indicado que se cadastra e começa a jogar. A comissão pode ser fixa ou recorrente, dependendo do programa.
O crescimento da modalidade acompanha o avanço da regulamentação no Brasil e o aumento da base de usuários interessados em apostas esportivas — uma atividade cada vez mais presente no cotidiano do torcedor brasileiro. Nesse contexto, empresas como a BetConstruct, que desenvolvem a infraestrutura tecnológica por trás das plataformas, têm papel estratégico ao oferecer sistemas robustos para operadores e afiliados.
Para criadores de conteúdo esportivo, jornalistas, streamers e até analistas de dados, a afiliação iGaming se apresenta como uma alternativa de renda relevante, legítima e profissionalizada. É um modelo que exige estratégia, conhecimento de público e ética — mas oferece escala e previsibilidade para quem atua com consistência.
Desenvolvimento de apps e soluções digitais
O aumento da digitalização de serviços também impulsionou a demanda por soluções tecnológicas sob medida. Desenvolver aplicativos e plataformas online deixou de ser algo a grandes empresas. Hoje, há espaço para pequenos desenvolvedores criarem soluções locais, simples e eficazes — como apps de delivery, agendamento de serviços ou organização pessoal.
Ferramentas como o Flutter e o Bubble (plataforma no-code) ampliaram o o ao desenvolvimento, permitindo que mesmo pessoas sem formação em TI possam criar produtos digitais funcionais. O modelo de software como serviço (SaaS) é particularmente interessante: cria-se uma solução útil para um grupo e cobra-se uma mensal. Pode ser uma calculadora de impostos, um sistema para profissionais autônomos, ou uma agenda para clínicas pequenas. Com criatividade e escuta ativa, surgem oportunidades.
Assistência virtual e serviços digitais
Por fim, o crescimento do trabalho remoto e a descentralização das equipes abriram espaço para profissionais que prestam serviços de forma independente, mas conectada ao ambiente digital. É o caso dos assistentes virtuais, social media, designers gráficos, editores de vídeo, gestores de tráfego e redatores. Plataformas como Workana, Fiverr e Upwork funcionam como vitrines para esses profissionais.
O modelo é ideal para quem quer começar com serviço, sem precisar investir em produto. Com dedicação e portfólio bem montado, é possível conquistar clientes no Brasil e no exterior. A tendência é que a terceirização digital continue crescendo — tanto por parte de empresas quanto de profissionais liberais que precisam delegar tarefas técnicas. É uma forma viável de empreender com base nas próprias competências.
O digital como caminho possível no empreendedorismo
O empreendedorismo digital deixou de ser uma aposta para se tornar, cada vez mais, uma alternativa concreta para milhões de brasileiros. A combinação entre tecnologia ível, canais de distribuição diretos e a possibilidade de monetização escalável criou um ambiente fértil para quem deseja construir seu próprio caminho.
Não existe fórmula única. Mas há oportunidades reais para diferentes perfis — do criador de conteúdo ao programador, do afiliado iGaming ao educador online. O importante é começar com propósito, testar com inteligência e ajustar com rapidez. A economia do futuro já está sendo construída agora — e quem aprende a navegar nesse ambiente digital tem mais chances de se manter relevante, competitivo e autônomo.